sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Stresse ou a doença do século XXI

A terceira medição, depois do Clima e da Auto-Eficácia, é o Stresse. Decidi destinar algumas perguntas, retiradas do construto de Staples, para medir o stresse, de forma a relacioná-lo com o clima, autentizótico ou não.
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Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, 22% dos trabalhadores dos 25 países estão afectados negativamente pelo stresse. Por um lado, produto da percepção observada sobre a forma e o ritmo do trabalho; por outro, a diversificação das atribuições funcionais de carácter psicológico e social que o trabalho representa para cada indivíduo. É já considerada a doença do século XXI.
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Na Física, de acordo com um conceito conhecido desde 1658, postulado na Lei de Hooke, stresse «explica a elasticidade, propriedade de um corpo que lhe permite recuperar o seu tamanho e forma originais depois de ser comprimido ou esticado por uma força exterior.» O esforço de adaptação do organismo chama-se Síndroma Geral de Adaptação, e é constituída por três fases: Reacção de Alarme, Estádio de Resistência, Estádio de Exaustão. A reacção de alarme ensaia uma resposta de ansiedade, destinada a defender o indivíduo em situações de ameaça. A resistência expressa-se na forma em que o organismo procura restabelecer o seu equilíbrio interno. A exaustão acontece quando o indivíduo esgota a sua resistência ao agente indutor de stresse.
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Selye diferenciou o stresse em dois tipos: «Distresse, o stresse desagradável, que pode conduzir a doenças; Eustresse, o stresse agradável e curativo.»
O stresse desagradável e permanente pode causar perturbações renais, hipertensão, endurecimento das artérias, acidentes cardíacos, úlceras gástricas ou duodenais e perturbações psicológicas. E está associado a uma larga lista de sintomas de sofrimento.
Há três momentos no processo de percepção do stresse: 1 – Avaliação Primária - A pessoa avalia o significado para o seu bem-estar das transacções que efectua com o ambiente: «Estou bem ou estou em apuros?». 2 – Avaliação Secundária – A pessoa avalia os recursos que possui para lidar com a situação e se os tem suficientes, a percepção de dano é menor. 3 – Reavaliação – Finalmente, «a pessoa refaz as suas próprias avaliações, consoante o curso das trocas com o ambiente e o resultado das suas acções para alterar o mesmo, em favor do seu bem-estar».
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O coping define «as acções destinadas a alterar as circunstâncias das trocas entre pessoa e ambiente». São as «tentativas para resolver, tolerar, reduzir ou minimizar as exigências externas (do embiente) ou internas (dela própria)». Há dois tipos:
Coping instrumental orientado para o problema: «Um trabalhador que, sentindo-se incomodado com a pressão “policial” do seu chefe, conversa com ele tentando alertá-lo para a situação e solicitando-lhe outro tipo de atitude.»
Coping paliativo ou orientado para as emoções: «O mesmo trabalhador pensa sobre o chefe: “É a função dele, tenho de compreender e aceitar” ou então decide beber um café e desabafar com um colega.»