domingo, 22 de novembro de 2009

Conclusões do estudo Clima, Eficácia e Stresse

CLIMA ORGANIZACIONAL AUTENTIZÓTICO (KETS DE VRIES) - Resumindo o que ficou evidente da análise dos resultados, a primeira certeza é que as melhorias de gestão introduzidas no âmbito do PGISP surtiram efeito positivo no clima organizacional do sistema prisional.
Porém, a análise feita por categoria profissional deixa algumas pistas para trabalho no futuro. O Corpo da Guarda é a categoria que apresenta valores mais baixos, inferiores ao ponto médio, 3,50. Os únicos itens mais próximos, nos dois tipos de EP, Piloto e Controlo, são a «Comunicação aberta e franca com o superior» e «Oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem» (3,14 e 3,40). Analisando por tipo de EP, constata-se que há uma melhoria na percepção nos EP Piloto. Outro fenómeno é o das chefias do Corpo da Guarda, cujos valores diminuem nos EP Piloto. Encontramos uma explicação lógica nas mudanças operadas, que levou a um nível de desconforto pelas exigências do processo.
Sendo assim, quanto ao Clima Organizacional, o trabalho árduo a ser feito é com o Corpo da Guarda, que classifica negativamente quase todas as dimensões, com especial realce para o «Espírito de Camaradagem» (2,70 de média), melhorando só um pouco nos EP Piloto (2,77). Valor semelhante têm Técnicos Superiores, 2,80, mas melhoram significativamente nos EP Piloto, 3,49.
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STRESSE (SANDY STAPLES) - No capítulo do stresse, apesar de não ser significativo, sugere algum desconforto, principalmente no Corpo da Guarda, que situou a sua percepção bastante abaixo do ponto médio (3,50) tanto em Estabelecimentos Piloto como Controlo, e das Chefias, num nível negativo nos EP Controlo e mais positivo nos EP Piloto. Os Técnicos Superiores são os que acham ter menos stresse. Razões para este fenómeno podem prender-se com o parâmetro de formação e o contacto mais directo com os centros de decisão.
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AUTO-EFICÁCIA (SANDY STAPLES / ALBERT BANDURA) - No que concerne à percepção de Auto-Eficácia, esta apresenta-se alta, o que quer dizer que no geral os colaboradores têm uma boa imagem da sua prestação no trabalho. Daí se terem situado na sua maioria bastante acima do ponto médio (superior a 4).
Um dado relevante é o facto de só os Técnicos Superiores terem aumentado o seu senso de auto-eficácia nos EP Piloto. Todas as outras categorias profissionais, Corpo da Guarda, Téc. Administrativos e Chefias, tiveram valores mais altos nos EP Controlo. Tal fenómeno pode sugerir que a mudança em curso nos EP Piloto, no âmbito do PGISP, levou a um desafio ao nível de competências e de exigências profissionais, e logo de alguma insegurança ao nível da capacidade de resposta. Portanto, uma reacção percepcional algo lógica.