sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Hipóteses Confirmadas

Feita a análise completa, é agora o momento de verificar que hipóteses podemos confirmar nos estabelecimentos prisionais objecto de estudo. Assim:
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Hipótese 1 - No sistema prisional não há clima autentizótico (amigo das pessoas)
Confirma-se a hipótese apresentada, pois a média geral (EP Piloto e Controlo) ficou abaixo do ponto médio, 3,33, com moda e mediana de 3,32, o que indica alguma consistência.
Porém, verifica-se que há dimensões com valores ainda mais baixos, o que representa uma percepção mais negativa sobre o clima. São os casos do «Espírito de Camaradagem» e a «Credibilidade de Confiança no Superior». Um significado especial deve ser atribuído ao primeiro, cujo valor de média de 2,93 indicia algum trabalho de mudança a operar nesta área.
O clima tem uma tendência autentizótica nos Estabelecimentos Piloto, porém abaixo daquilo que poderia classificar-se de pendor autentizótico.
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Hipótese 2 – Estabelecimentos prisionais Piloto são no geral mais autentizóticos em relação aos Controlo
Na verdade,
os EP Piloto, abrangidos pelo plano de melhorias do projecto PGISP, ao fim de cerca de três anos de intervenção, apresentam características mais autentizóticas do que os EP Controlo, que não tiveram intervenção alguma de melhoria organizacional. Dos quatro EP Piloto, Leiria, Beja, Castelo Branco e Sintra, e analisados separadamente, dividem-se em dois grupos. Metade apresenta valores abaixo do ponto médio (3,50), 3,35 e 3,43. A outra metade fica acima do ponto médio, 3,64 e 3,65, o que representa um pendor de clima mais positivo.
Embora estatisticamente não relevante, Leiria é o EP dos quatro com menor valor autentizótico, 3,35, seguido de Sintra, 3,43. Castelo Branco apresenta o valor mais alto, 3,65 e Beja 3,64, estes dois digamos que em terreno positivo.
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Hipótese 3 – Há níveis de stresse no sistema prisional
Expectável, claro, há níveis de stresse no sistema. Mas vejamos: os resultados indicam valores no geral abaixo do ponto médio, 3,28, o que indicia alguma «pressão». Mas quando a análise é feita por categoria profissional vemos que o Corpo da Guarda apresenta níveis de 2,91 em ambos os grupos de Estabelecimentos, muito abaixo do que seria um valor positivo, o que representa a existência efectiva de stresse. Por outro lado, vemos um resultado semelhante nas Chefias do Corpo da Guarda, nos EP Controlo, com 2,90 de média.
Portanto, os casos apresentados não deixam dúvidas sobre algumas medidas a adoptar nesta matéria. Daí que se considera esta hipótese como confirmada.
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Hipótese 4 – Há mais stresse nos EP Controlo do que nos EP Piloto
Em sequência da hipótese anterior, confirma-se que os EP Controlo têm níveis superiores de desconforto em relação ao EP Piloto, a julgar pelos resultados, 3,20 e 3,40, respectivamente. Lembre-se que estes valores estão ambos abaixo do ponto médio, pelo que confirma a existência de stresse. Porém, esta hipótese, se for analisada por categoria profissional, apresenta excepções, que é o caso dos Técnicos superiores, a única categoria prossissional a percepcionar mais stresse nos EP Piloto.
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Hipótese 9 – Indivíduos do sexo feminino são mais sensíveis à mudança (de forma positiva) dos que os do sexo masculino
Foi confirmada esta hipótese. Por razões práticas e de dimensão do estudo, a análise foi confinada apenas aos EP Piloto. Os indivíduos do sexo feminino mostraram-se muito mais sensíveis à mudança, interpretando-a de forma mais positiva do que os indivíduos do sexo masculino, com valores de 3,29 de média, contra os 3,98 dos indivíduos do sexo feminino. De realçar também os valores de mediana, 4,18, da moda, 4,21, e de máximo e mínimo, 6,00 e 2,21, significativamente inferiores nos indivíduos do sexo masculino.